Dimensões do Lixo
Para início de conversa
Aqui você encontra documentos, dados e informações relevantes para conhecer a dramática questão do lixo na Rocinha. E também tem acesso a diagnósticos que contam com a participação da população e a soluções técnicas já propostas.
Os principais pontos a serem destacados a respeito do Lixo na Rocinha são:
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Lixo e Saneamento;
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Lixo e Saúde;
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Precariedade do Serviço de Coleta;
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Economia do Lixo;
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Lixo e habitat (condições de urbanização).
Acompanham esse material pequenos textos em forma de comentários, redigidos por um grupo de pesquisadores e ativistas que pensam a Rocinha, alguns dos quais moradores. A ideia é a de que esses pequenos textos funcionem como gatilhos para animar uma reflexão coletiva sobre a situação do lixo e de como ela afeta a população da Rocinha, além de trazer riscos para todo o entorno da favela. É também um convite para que o(a) leitor(a) possa fazer o mesmo, promovendo o debate em suas esferas de atuação.
Atualmente, a comunidade da Rocinha produz mais de 140 toneladas lixo [1] Informação compartilhada pelo gerente da COMLURB da Rocinha na Roda de Conversa do Movimento Rocinha Sem Fronteiras em 13 de julho, 2024, no entanto, o sistema de coleta empregado pela Companhia de Limpeza Urbana (COMLURB), não atende essa alta demanda. A conformação geográfica da favela entre rochas, encostas, floresta, escadarias, becos e vielas, torna difícil o acesso de equipamentos para realização de coleta eficaz de lixo.
A alternativa encontrada pela COMULURB para realizar a alta demanda, foi distribuir vários pontos de lixo em sua via principal, a estrada da Gávea. No entanto, em alguns pontos exige mais de uma coleta/dia devido à alta geração de resíduos. Em períodos marcados por fortes chuvas, as pirâmides de lixo descem o morro entupindo bueiros, talvegues, valas, disseminando doenças e colocando em risco as vidas dos moradores, não apenas da Rocinha, mas também dos bairros do entorno (São Conrado e Gávea).
O Censo de 2022 [2] apontou a Rocinha como a favela com a maior densidade populacional por km², resultado de ocupação indiscriminada do solo, tendo sido inclusive uma das poucas que ganhou população na última década. A sua população, estimada em mais de 100 mil habitantes [3] é resultado, principalmente de seguidos fluxos migratórios e oferta de trabalho absorvidos por condomínios de luxo, construção civil, serviços de hotelaria, hospitais, escolas, shoppings e comércio da Zona Sul e Zona Oeste carioca. Apesar de cercada por bairros como, São Conrado e Gávea, pertencente a classe alta, o bairro da Rocinha figura entre um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano [4] (IDH). Essa discrepância social se deve, sobretudo, à falta de investimentos do poder público na comunidade.
[1] Informação compartilhada pelo gerente da COMLURB da Rocinha na Roda de Conversa do Movimento Rocinha Sem Fronteiras em 13 de julho, 2024.
[3] Disponível em: Diagnóstico relatorio PAC 2 ROCINHA.pdf. Acesso em:13 jul. 2024.
[4] Disponível em: Tabela 1172 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH), por ordem de IDH, segundo os bairros ou grupo de bairros – 2000. www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/. Apud, Diagnóstico relatorio PAC 2 ROCINHA.pdf. Acesso em: 09 jul. 2024.